Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Um juiz federal dos Estados Unidos ordenou nesta quarta-feira a prisão da suposta agente russa Maria Butina até seu julgamento, após procuradores norte-americanos argumentarem que ela possui laços com a inteligência russa e apresenta um sério risco de fuga.
O Departamento de Justiça informou que Butina esteve em contato com operadores da inteligência russa e manteve informações de contatos para diversos agentes russos.
Durante uma audiência preliminar na Corte Distrital dos EUA para Columbia, o principal procurador do caso mostrou uma fotografia de Butina se encontrando com um suposto agente da inteligência russa em um restaurante em Washington.
O governo também apresentou uma cópia de uma nota escrita à mão descoberta pelo FBI no apartamento de Butina, perguntando como responder uma oferta de emprego de uma agência da inteligência russa, assim como uma foto dela em pé em frente ao Capitólio no dia em que Donald Trump foi empossado como presidente.
A ex-aluna de graduação de 29 anos na Universidade Americana vestia um macacão prisional laranja e não exibiu emoções conforme seu advogado apresentava uma alegação de inocência.
“Nós não acreditamos que ela esteve aqui... somente para frequentar a Universidade Americana”, disse Erik Michael Kenerson, o principal procurador, acrescentando que Butina está envolvida em uma “campanha secreta de influência”.
Butina foi acusada de trabalhar com uma poderosa autoridade russa e dois cidadãos norte-americanos não identificados, tentando se infiltrar em uma organização pró-direitos de armas nos EUA e influenciar a política externa dos EUA em relação à Rússia.
O grupo de direitos de armas não foi identificado. No entanto, suas contas nas redes sociais indicam que ela participou de muitos eventos da Associação Nacional do Rifle e se encontrou com muitas autoridades do grupo lobista.