ESTRASBURGO (Reuters) - O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, renovou nesta quarta-feira uma oferta para o Reino Unido permanecer na União Europeia, e disse esperar que mesmo que o país siga em frente com o Brexit, solicite futuramente um reingresso.
Falando ao Parlamento Europeu, onde havia endossado um comunicado na terça-feira do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de que o Reino Unido seria bem-vindo a permanecer, Juncker disse aceitar uma parcela da responsabilidade pela votação do referendo em 2016 em que os britânicos optaram por deixar a UE.
“Eu ainda sinto que a saída do Reino Unido é uma catástrofe, sim, uma derrota que todos nós temos que assumir responsabilidade”, disse, respondendo a uma pergunta por escrito de um parlamentar alemão que havia perguntado se Juncker se sentia responsável pelo Brexit.
“Mas as razões para a saída britânica são mais profundas. Como a primeira-ministra (Theresa) May disse, os britânicos nunca se sentiram à vontade na UE e por 40 anos não receberam a chance de se sentirem mais à vontade. É por isso que a culpa é de muitos”.
“O sr. Tusk e eu novamente nos estendemos ao governo britânico ontem e dissemos que caso o povo britânico, o Parlamento britânico, o governo britânico, desejem outra maneira além do Brexit, nós estaremos preparados para discuti-la. Nós não estamos descartando os britânicos, nós queremos que eles permaneçam. E se eles quiserem, eles devem ser capazes de fazê-lo”.
Houve um aumento de debates neste mês no Reino Unido sobre se deve haver uma segunda votação para endossar os termos da saída do Reino Unido. No entanto, o porta-voz de May disse na terça-feira que não há dúvidas sobre seguir em frente com a saída formal em março do ano que vem, de acordo com o resultado da votação do referendo de junho de 2016 pela saída da UE.
Advogados constitucionais estão divididos sobre se o Reino Unido pode retirar seu pedido formal para sair, mas os debates destacam uma visão em Bruxelas de que um consenso político da UE pode ser encontrado para impedir o Brexit -- mesmo que a maior parte esteja agora conformada com o Reino Unido saindo e acredite que a UE irá resistir à ruptura.