NIAMEY (Reuters) - A junta governista do Níger ordenou que a polícia expulsasse o embaixador da França, uma medida que marca um novo declínio nas relações e que, segundo as autoridades de Paris, os oficiais do exército que tomaram o poder em Niamey no mês passado não tinham autoridade para tomar.
Os líderes do golpe estão seguindo a estratégia das juntas nos vizinhos Mali e Burkina Faso, distanciando-se da antiga potência colonial da região, em meio a uma onda de sentimento anti-francês.
Os vistos do embaixador francês em Niamey, Sylvain Itte, e de sua família foram cancelados, e a polícia foi instruída a expulsar o enviado, disse a junta em uma declaração datada de 29 de agosto e confirmada nesta quinta-feira por seu chefe de comunicações.
Os instigadores do golpe, condenado pelas autoridades regionais africanas e pelas nações ocidentais, ordenaram na última sexta-feira que Itte deixasse o país em 48 horas em resposta ao que chamaram de ações da França "contrárias aos interesses do Níger".
A França disse que essas ações incluíam a recusa do enviado em responder a um convite para se encontrar com o novo ministro das Relações Exteriores do Níger.
A França pediu que o presidente deposto Mohamed Bazoum voltasse ao cargo e disse que apoiará os esforços do bloco regional da África Ocidental, a Cedeao, para reverter o golpe.
O Ministério das Relações Exteriores da França disse na quinta-feira que o líder do golpe não tinha autoridade para pedir ao embaixador para sair, acrescentando que estava "avaliando constantemente a segurança e as condições operacionais de nossa embaixada".
(Por Boureima Balima, Moussa Aksar e Elizabeth Pineau)