SANTIAGO (Reuters) - A Justiça chilena decidiu absolver um padre católico acusado de entregar bebês para adoção sem o conhecimento de suas mães durante as décadas de 1970 e 1980 devido à prescrição dos crimes.
Gerardo Joannon era investigado por entregar ilegalmente a outras famílias um número indeterminado de bebês de mães solteiras, a quem ele havia dito que os recém-nascidos tinham morrido.
O juiz Mario Carroza decidiu nesta quarta-feira pela suspensão definitiva da investigação ao verificar a extinção da responsabilidade penal dos crimes de falsificação de instrumento público e privado, suposição de parto e usurpação de estado civil.
"Se os feitos foram executados nos anos 1975 e 1983, e os crimes que eles configuram estão sancionados com penas de crimes simples, há de se concluir que a ação penal em ambos os casos está prescrita", disse o magistrado na decisão.
Após as acusações no ano passado, a Igreja Católica no Chile confirmou que o padre participou da entrega para adoção de dois bebês sem o conhecimento de suas mães e que, inclusive, mantinha uma "relação inapropriada" com uma delas.
Ainda, Joannon celebrou missas durante anos em memória dos defuntos, sabendo que os menores não estavam mortos. Os casos ocorreram nas décadas de 1970 e 1980 durante a ditadura do general Augusto Pinochet.
(Reportagem de Felipe Iturrieta)