Por Lesley Wroughton e David Alexander
WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que ainda avalia como responder a uma proposta russa para uma negociação de cunho militar sobre a Síria, país onde Moscou tem expandido sua forças mesmo enquanto aviões de guerra norte-americanos conduzem ataques aéreos diários contra militantes islamistas.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse estar engajado em conversas com a Casa Branca e o Pentágono para discutir a proposta do Kremlin, feita durante ligações entre ele e o chanceler russo, Sergei Lavrov, há poucos dias.
Kerry não entrou em detalhes sobre a proposta, mas sugeriu que se tratava de um acordo de não agressão – para garantir que aeronaves russas e norte-americanas não entrem em confronto direto na Síria.
Tanto Moscou como Washington afirmam que seu principal inimigo é o grupo Estado Islâmico, cujos combatentes controlam grande parte da Síria. Mas a Rússia apoia o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto os EUA alegam que a intensa presença militar de Moscou na Síria tem apenas contribuído para exacerbar a violência.
"Os russos propuseram... que tenhamos uma conversa de militares para militares... para discutir o que precisamente vai ser feito para o desconflito, com respeito a qualquer risco em potencial que se possa correr, e para que tenhamos um entendimento claro sobre o caminho à frente e quais são as intenções", disse Kerry a jornalistas.
Kerry disse que, ainda que os EUA continuem a avaliar a questão, ele acredita que as conversas com Moscou podem evitar mal entendidos.
"A Casa Branca, o Departamento de Defesa e o Departamento de Estado estão discutindo os próximos passos de modo a determinar o melhor caminho adiante", acrescentou ele.