DUBAI (Reuters) - O líder-supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, apoiou neste domingo o aumento do preço da gasolina que motivou protestos ao redor do país, culpando adversários da República Islâmica e inimigos estrangeiros por “sabotagem”, relatou a televisão estatal.
“Algumas pessoas sem dúvida estão preocupadas com essa decisão, mas a sabotagem e os incêndios criminosos foram feitos por vândalos, não pelo nosso povo. A contra-revolução e os inimigos do Irã sempre apoiaram a sabotagem e violações de segurança, e continuarão fazendo isso”, disse o aiatolá Khamenei, segundo a TV estatal.
A polícia e forças de segurança entraram em conflito com manifestantes em Teerã, no sábado, e em dúzias de cidades ao redor do país, disseram agências de notícias iranianas e redes sociais, um dia depois de o governo aumentar o preço da gasolina.
Autoridades disseram no sábado que uma pessoa havia sido morta na cidade de Sirjan, no sudeste, enquanto relatos de redes sociais mencionaram várias outras mortes, à medida em que os protestos se tornavam políticos.
O acesso à internet no Irã foi restringido após os protestos, por ordem do conselho estatal de segurança, afirmou a agência de notícias semi-oficial ISNA.
“Infelizmente, alguns dos problemas foram causados, algumas pessoas perderam suas vidas e alguns centros foram destruídos”, disse Khamenei.
Khamenei afirmou que o aumento do preço da gasolina foi baseado na opinião de especialistas e deveria ser implementado, mas pediu que as autoridades evitassem o aumento do preço de outros bens de consumo.