Por Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - O Kremlin acusou os Estados Unidos, nesta quarta-feira, de declararem uma guerra econômica à Rússia que está semeando o caos nos mercados de energia, e alertou Washington de que está considerando qual será sua resposta ao veto norte-americano ao petróleo russo.
A economia da Rússia está enfrentando a crise mais grave desde a queda da União Soviética em 1991, depois que o Ocidente impôs pesadas sanções a quase todo o sistema financeiro e corporativo russo após a invasão da Ucrânia por Moscou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as sanções do Ocidente como um ato hostil que agitou os mercados globais e disse não estar claro até onde iria a turbulência nos mercados globais de energia.
"Você vê o caos, o caos hostil, que o Ocidente semeou -- e isso, claro, torna a situação muito difícil e nos obriga a pensar seriamente", disse Peskov a repórteres.
"Vemos que a situação nos mercados de energia está se desenvolvendo de forma bastante turbulenta -- e não sabemos até onde essa turbulência irá", completou.
Ele se recusou a descrever a natureza exata da resposta da Rússia. O presidente Vladimir Putin, líder supremo da Rússia desde 1999, realizará uma reunião com o governo na quinta-feira para discutir como minimizar o impacto das sanções, disse o Kremlin.
A tentativa do Ocidente de isolar a Rússia --um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, gás e metais-- atingiu os mercados de commodities e aumentou o espectro da inflação em espiral em todo o mundo.
Questionado sobre os comentários do Kremlin, o vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Daleep Singh, disse: "Esta é uma guerra de agressão brutal e desnecessária. Dissemos o tempo todo que, se a agressão aumentar, os custos também aumentarão".
"Eu não chamaria de guerra econômica. Esta é a nossa maneira de demonstrar determinação", afirmou Singh.