MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta segunda-feira que tem contato "esporádico" com os Estados Unidos sobre questões relacionadas a armas nucleares, dias depois que o presidente Vladimir Putin disse que "não estava blefando" sobre sua disposição de usar tais armas se a Rússia sentir que sua integridade territorial está ameaçada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os dois lados têm mantido um canal aberto limitado de diálogo para permitir a "troca de mensagens de emergência" entre as duas maiores potências nucleares do mundo.
"Existem canais de diálogo no nível adequado, mas são de natureza muito esporádica. Pelo menos eles permitem a troca de algumas mensagens de emergência sobre as posições uns dos outros", declarou Peskov a repórteres.
Putin disse na semana passada que Moscou estaria preparada para usar armas nucleares para "proteger a Rússia e nosso povo", ao anunciar uma campanha de mobilização que ameaça aumentar significativamente o conflito de sete meses na Ucrânia.
Os Estados Unidos alertaram Moscou no domingo sobre "consequências catastróficas" se usarem armas nucleares na Ucrânia.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que os Estados Unidos "responderão decisivamente" se a Rússia usar essas armas contra sua vizinha. Ele não deu mais detalhes publicamente, mas disse que Washington falou em particular a Moscou "com mais detalhes exatamente o que isso significaria".
Peskov se recusou a comentar quando perguntado sobre o que os Estados Unidos disseram à Rússia que significava "consequências catastróficas".
(Reportagem da Reuters)