Por Ingrid Melander e Philippe Wojazer
PARIS (Reuters) - A líder de extrema-direita Marine Le Pen procurou mobilizar apoiadores na segunda-feira, seis dias antes da eleição presidencial mais imprevisível em décadas na França, prometendo suspender totalmente a imigração e blindar os eleitores da "globalização selvagem".
Há meses as pesquisas de opinião mostram Le Pen e Emmanuel Macron, candidato de centro, disputando o segundo turno de 7 de maio, mas a diferença que os separa do conservador François Fillon e de Jean-Luc Mélenchon, da extrema-esquerda, vem diminuindo.
"Eu irei proteger vocês. Minha primeira medida como presidente será reinstituir as fronteiras da França", disse Le Pen a uma multidão de cerca de 5 mil pessoas entusiasmadas, dando ensejo ao tradicional brado de seu partido, a Frente Nacional, "Este é nosso lar!".
Criticando duramente seus adversários, que disse desejarem uma "globalização selvagem", ela disse que seu campo é o dos patriotas. "A escolha de domingo é simples. É uma escolha entre uma França que está se reerguendo e uma França que está afundando".
Embora nenhuma pesquisa tenha mostrado Le Pen fora do segundo turno, os números agora estão dentro da margem de erro, e qualquer um dos quatro principais candidatos tem chance de disputar a decisão. As sondagens têm apontado reiteradamente uma derrota de Le Pen em maio.
Como os institutos de pesquisa estão dizendo que a abstenção pode bater recordes, convencer eleitores a irem às urnas no domingo é essencial. Le Pen procurou fazê-lo batendo forte na tecla dos temas característicos de sua sigla, o repúdio à União Europeia e à imigração.
"Lutem pela vitória, até o último minuto", disse ela. "Se cada patriota puder convencer só um absenteísta esta semana, só um eleitor indeciso, com certeza venceremos!".
Incentivando a plateia a vaiar a UE e seu Espaço Schengen, a área de livre circulação do bloco da qual quer tirar o país se for eleita, Le Pen afirmou: "A imigração em massa não é uma oportunidade para a França, é uma tragédia para a França".
Prometendo impor uma moratória à imigração imediatamente, ela disse: "Os franceses às vezes têm menos direitos do que os estrangeiros – até os ilegais!".