Por Laila Bassam e Tom Perry
BEIRUTE (Reuters) - O Líbano aprofundou sua crise política neste domingo, após um dos principais candidatos a primeiro-ministro retirar sua candidatura, diminuindo as chances de criar o governo necessário para realizar reformas urgentes.
Mohammad Safadi, ex-ministro da Economia, retirou sua candidatura no final do sábado, dizendo que era difícil demais formar um governo “harmonioso”, com amplo apoio político.
Safadi foi o primeiro candidato que pareceu ter obtido algum consenso entre os fragmentados partidos sectários, desde que Saad al-Hariri renunciou como primeiro-ministro em 29 de outubro, pressionado por protestos contra a elite governista.
Encarando a pior crise financeira desde a guerra civil de 1975-1990, o Líbano prometeu reformas urgentes para tentar convencer doadores a desembolsar 11 bilhões de dólares prometidos ano passado.
Os protestos mantiveram bancos fechados durante a maior parte do mês passado.
Foram impostos controles a transferências de dinheiro para o exterior e retirada de dólares americanos. A libra libanesa está sob pressão no mercado informal.
Safadi tornou-se o presumível favorito a primeiro-ministro, após uma reunião entre Hariri, político sunita, e os grupos xiitas Hezbollah e Amal, segundo fontes políticas e a imprensa libanesa, mas nenhuma outra força política o endossou.
O primeiro-ministro do Líbano precisa ser um muçulmano sunita, de acordo com o seu sistema sectário de divisão de poder.