Por James Giahyue e Alphonso Towe
MONRÓVIA (Reuters) - Liberianos foram às urnas nesta terça-feira para uma eleição presidencial que esperam marcar a primeira transferência democrática de poder em mais de sete décadas, apesar de acusações de fraude.
O ex-melhor jogador de futebol do mundo George Weah está disputando contra o vice-presidente Joseph Boakai, ambos prometendo atacar o problema da pobreza e corrupção em um país onde a maior parte dos cidadãos não possui energia elétrica confiável ou água potável.
Ambos tentam suceder Ellen Johnson Sirleaf em um segundo turno adiado em mais de um mês após Boakai e outro candidato alegarem ampla fraude na votação do primeiro turno em outubro, em um recurso que a Suprema Corte rejeitou neste mês.
Não houve relatos de violência conforme a votação prosseguiu em um dia ensolarado na capital, Monróvia. Agentes eleitorais disseram à Reuters que os primeiros indícios apontavam para um comparecimento menor do que no primeiro turno.
“Este é um grande dia para a Libéria – um dia de teste para a democracia”, disse Boakai após votar em Paynesville. “Nós iremos aceitar o resultado desde que cumpra todos os padrões”.
Autoridades disseram que resultados são esperados para os próximos dias, se negando a dar uma data específica.
O regime de 12 anos de Johnson Sirleaf cimentou paz no país do oeste da África após guerra civil acabar em 2003 e trouxe aguardado auxílio.
Mas críticos, incluindo grande parte da juventude do país, dizem que o governo de Sirleaf foi marcado por corrupção e que ela fez pouco para tirar a maior parte dos liberianos da extrema pobreza.
A Libéria também foi atingida por uma crise do Ebola, que matou milhares entre 2014 e 2016, enquanto uma queda nos preços do minério de ferro desde 2014 prejudicou as receitas de exportação.
Weah, eleito jogador do ano em 1995, venceu o primeiro turno com 38 por cento dos votos, contra 29 por cento de Boakai.
“Eu votei em George Weah porque eu acredito que ele fará o melhor por mim e meu país. Eu quero mudança”, disse Miama Kamara, uma empresária de 32 anos, após votar na capital.