Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - A licença para prática de advocacia de Rudy Giuliani foi suspensa nesta quinta-feira, após um tribunal de apelações estadual concluir que ele mentiu na argumentação de que a eleição presidencial de 2020 foi roubada de seu cliente, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Giuliani, de 77 anos, ex-procurador em Manhattan e também ex-prefeito de Nova York, foi punido por fazer declarações "comprovadamente falsas e enganosas" sobre fraude generalizada nas eleições, vencidas pelo democrata Joe Biden.
Citando a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro, a Divisão de Recursos disse que a disposição de Giuliani para espalhar falsas acusações "ameaça de maneira imediata o interesse público" e poderia arruinar a confiança do povo no processo eleitoral, que é um marco da democracia norte-americana, assim como da profissão do Direito.
"Este país está sendo dilacerado por ataques contínuos à legitimidade das eleições de 2020 e ao nosso atual presidente, Joseph R. Biden", afirmou a corte.
"Aqui, as declarações falsas feitas por Giuliani, agindo sob a autoridade de ser um advogado, e usando seu grande megafone, os danos são amplificados."
Falando a jornalistas do lado de fora de sua casa no Upper East Side, em Manhattan, um combativo Giuliani classificou a suspensão como "uma decisão unilateral que não foi fundamentada em evidências".
O republicano também culpou os democratas por seus crescentes problemas jurídicos, incluindo em relação às suas negociações na Ucrânia, e disse que dezenas de testemunhas poderiam sustentar suas acusações de fraude eleitoral.
"Eu vou recuperar. É isso que faço", disse Giuliani. "Eu vou ao tribunal e provo o que estou dizendo a vocês no tribunal. Ainda há recursos, isso aqui não é uma ditadura ainda."