Por Bart H. Meijer
AMSTERDÃ (Reuters) - O líder da extrema direita holandesa, Geert Wilders, disse nesta quarta-feira que os partidos do país precisam explorar formas não convencionais de governo para formar uma coalizão viável, à medida que um governo de maioria tradicional parece inatingível.
As discussões sobre um novo governo voltaram à estaca zero no início desta semana, quase três meses após uma eleição vencida pelo partido nacionalista PVV, de Wilders, mas sem maioria, depois que o possível parceiro NSC desistiu de participar de qualquer coalizão liderada por Wilders.
A decisão do NSC efetivamente impediu a formação de qualquer governo de direita que tivesse maioria no Parlamento.
Tradicionalmente, a Holanda é governada por coalizões majoritárias que estabelecem seus acordos em pactos governamentais detalhados.
Mas o país pode agora ter que recorrer a uma forma não convencional de governo para evitar novas eleições, já que muitos partidos disseram que não trabalharão com Wilders, apesar de suas promessas de abandonar seus planos mais controversos -- como fechar mesquitas e banir o Alcorão da Holanda.
"No que me diz respeito, todas as opções estão sobre a mesa", disse Wilders em um debate parlamentar, acrescentando que ainda pretende liderar uma nova coalizão como primeiro-ministro. "Não estamos optando por novas eleições, queremos assumir nossas responsabilidades."
Wilders pediu que um novo intermediário consultasse todos os líderes partidários parlamentares nas próximas três ou quatro semanas para ouvir suas preferências, para que após isso um grupo seleto possa tentar montar uma coalizão viável.
As opções sobre a mesa incluiriam um governo de minoria ou um governo mais tecnocrático, no qual os ministros não estariam vinculados a acordos rígidos entre os partidos e buscariam maiorias inconstantes para suas políticas.
Os partidos devem votar a proposta de Wilders ainda nesta quarta-feira.