Por Andrei Makhovsky
MINSK (Reuters) - A polícia de Belarus reprimiu protestos que eclodiram quando o veterano presidente Alexander Lukashenko se aproximava de outra vitória eleitoral esmagadora no domingo, diante do maior desafio em anos para seu controle do poder.
Pelo menos 10 pessoas foram detidas em um local em Minsk, disse uma testemunha da Reuters, enquanto a mídia local relatava detenções na capital e em outras cidades. Os manifestantes aplaudiam e acionavam as buzinas de seus carros em solidariedade à oposição.
Ex-administrador de fazenda coletiva soviética, Lukashenko governa o país desde 1994, mas tem enfrentado uma onda de irritação pela forma com que tem lidado com a pandemia de Covid-19, pela situação econômica do país e pelo seu histórico de direitos humanos.
Pesquisas de boca de urna aprovadas pelo Estado mostraram ele vencendo com 79,7% dos votos, enquanto sua principal oponente, Svetlana Tikhanouskaya, uma ex-professora de inglês que saiu da obscuridade há algumas semanas para liderar manifestações contra ele, teria recebido 6,8%.
Tikhanouskaya entrou na disputa depois que seu marido, um blogueiro contrário ao governo que pretendia concorrer, foi preso.
Observadores estrangeiros não consideram as eleições em Belarus livres e justas desde 1995, e Lukashenko alertou os manifestantes a não tomarem as ruas após a votação.
Veículos militares, soldados e policiais patrulhavam a capital, Minsk, aparentemente prontos para uma nova repressão. A internet e as redes sociais sofreram interrupções.