Por Valerie Volcovici
MADRI (Reuters) - A presidente chilena de uma cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) disse aos governos participantes, nesta quinta-feira, que não pode haver justificativa para um fracasso em selar novos acordos para combater o aquecimento global na reta final das conversas em Madri.
Há discórdia entre os enviados de diferentes países no que diz respeito a como os mercados de carbono devem funcionar, quais recursos estão disponíveis para nações vulneráveis e quando as metas do Acordo de Paris para conter as emissões de gases de efeito estufa deveriam se tornar mais ambiciosas.
"Não pode haver qualquer desculpa para não se chegar a um acordo", disse Carolina Schmidt na reta final das negociações de duas semanas, que devem ser concluídas na sexta-feira. "Conclamo vocês a trabalharem juntos para conseguirem dar uma resposta positiva amanhã".
O evento, que visa fortalecer o pacto de Paris para evitar um aquecimento global catastrófico, foi transferido para a Espanha por causa dos protestos no Chile.
Enquanto Schmidt pediu resultados concretos, países mais vulneráveis à mudança climática disseram que temem estar sendo forçados a ceder demais.
"Estamos pasmos com o estado das negociações. Nesta fase estamos sendo coagidos", disse Tyrone Hall, conselheiro de políticas da Aliança de Pequenos Estados-Ilha, um bloco de países situados em terras baixas.
"Tememos ter que ceder em temas demais que prejudicariam a própria integridade do Acordo de Paris", disse ele à Reuters.
(Reportagem adicional de Matthew Green)