DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã nomeou nesta quinta-feira o clérigo linha-dura Gholamhossein Mohseni Ejei como novo chefe do Judiciário, noticiou a mídia estatal, um organismo que aplica as leis islâmicas e é acusado por grupos de direitos humanos de reprimir duramente a dissidência.
Ejei, autoridade judicial de longa data e ex-ministro da Inteligência, substitui Ebrahim Raisi, que deve assumir como presidente no início de agosto após ter vencido uma eleição de 18 de junho.
A indicação de Ejei por parte do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, vem no momento em que o Irã enfrenta novas críticas de grupos de direitos humanos ocidentais e entidades internacionais pela eleição de Raisi, que é acusado de uma série de abusos durante sua carreira judicial – ele nega irregularidades.
Em um comunicado, Khamenei pediu a Mohseni Ejei que "promova a justiça, restaure os direitos públicos, garanta liberdades legítimas e supervisione a devida implantação das leis, evite o crime e combata a corrupção resolutamente", relatou a agência estatal de notícias Irna.
O investigador de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Irã pede um inquérito independente sobre alegações de execuções de milhares de presos políticos a mando do Estado em 1988 e o papel desempenhado por Raisi como vice-procurador de Teerã.
"Como descrevi em meus relatórios, existe uma impunidade abrangente e sistêmica no país para violações graves de direitos humanos, tanto historicamente no passado como no presente", disse Javaid Rehman à Reuters nesta semana.
(Da redação de Dubai e Stephanie Nebehay em Genebra)