Líderes de países como Venezuela, Chile, Cuba e Paraguai condenaram a tentativa de golpe de Estado na Bolívia nesta 4ª feira (26.jun.2024). O episódio foi anunciado pelo presidente boliviano, Luis Arce.
Em sua conta no X (ex-Twitter), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “a posição do Brasil é clara”. “Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina”, disse.
Em nota, o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro “condena nos mais firmes termos” a tentativa e que estará em “interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os governos dos demais países da América do Sul”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, manifestou sua preocupação com a situação. “Não podemos tolerar qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar”, disse.
O líder do México, Andrés Manuel López Obrador, declarou “total apoio” ao presidente boliviano, Luis Arce, o descrevendo como a “autêntica autoridade democrática dessa cidade e país irmão” da Bolívia.
A presidente mexicana eleita, Claudia Sheinbaum, também comentou a situação. Disse que “a revolta de algumas unidades das Forças Armadas bolivianas é um ataque à democracia”. Também deu “apoio incondicional” ao líder boliviano.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se manifestou sobre o caso durante um evento nesta 4ª feira (26.jun). Afirmou que as Forças Armadas bolivianas “traíram o seu juramento de lealdade ao Estado”. Também disse que a ação “é o caminho os fascistas e os extremistas, querem”.
Eis outras declarações:
- Alberto Fernández – ex-presidente da Argentina disse que a “revolta antidemocrática de algumas unidades do Exército boliviano merece o mais enérgico repúdio”;
- Santiago Peña – presidente do Paraguai fez um “um forte apelo ao respeito pela democracia e pelo Estado de direito”.
- Miguel Díaz-Canel Bermúdez – presidente de Cuba afirmou que a situação era “ultrajante”. “Repudiamos a tentativa de golpe e estendemos toda a solidariedade do governo e do povo cubano ao nosso irmão, Luis Arce”, disse.
- Diana Mondino – sem citar a Bolívia, a ministra das Relações Exteriores da Argentina afirmou que os governos “sejam bons ou maus, gostem ou não, só são mudados nas urnas”, não com golpes de Estado violentos. “A democracia não é negociada”, declarou.
ENTENDA O CASO
Às 15h57 (horário de Brasília) desta 4ª feira (26.jun), o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a tentativa de golpe depois que veículos blindados e militares estacionaram nas esquinas da Plaza Murillo, onde fica o Palácio Quemada, sede da Presidência boliviana, e a Assembleia Legislativa Plurinacional, na cidade de La Paz.
O movimento foi comandado pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército da Bolívia destituído na 3ª feira (25.jun) depois de criticar o ex-presidente boliviano Evo Morales. A jornalistas, Zúñiga disse que os militares buscavam “restaurar a democracia” e pediu a liberação imediata de presos políticos.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o momento em que um tanque de guerra atingiu a entrada do palácio presidencial em La Paz.
El levantamiento antidemocrático de algunas unidades del Ejército de Bolivia, solo merecen el más enérgico repudio.Mi respaldo incondicional al presidente Luis Arce y convoco a la defensa firme de la democracia. No permitamos que la voluntad del pueblo sea avasallada. Fuerza… pic.twitter.com/20lbVoCji4
— Alberto Fernández (@alferdez) June 26, 2024
Em outro registro, o presidente boliviano apareceu enfrentando o general Zúñiga do lado de fora do palácio.