NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Líbia e Egito pediram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira para suspender o embargo de armas à Líbia e ajudar o país a fortalecer o Exército para que possa enfrentar o Estado Islâmico e outros grupos extremistas.
O ministro das Relações Exteriores líbio, Mohamed Dayri, discursou no Conselho depois que o enviado especial da ONU, Bernardino Leon, disse ao grupo que o Estado Islâmico e outros militantes na Líbia só podem ser derrotados com um governo unido que tenha forte apoio internacional.
"A Líbia precisa de uma posição firme da comunidade internacional para nos ajudar a construir um Exército nacional, e isso viria através de uma suspensão do embargo sobre as armas para que o nosso Exército possa receber material e armas, de modo a lidar com esse terrorismo desenfreado", disse Dayri.
O governo da Líbia pode importar armas e material relacionado com a aprovação de um comitê do Conselho de Segurança da ONU que supervisiona o embargo de armas imposto em 2011.
A situação na Líbia piorou e se tornou confrontos entre facções, deixando o país quase sem lei quatro anos após a queda de Muammar Gaddafi. Dois governos rivais apoiados por brigadas de milícias disputam o poder.
A ONU faz a mediação da crise numa tentativa de levar os dois lados rivais a forjar um governo de unidade e acabar as hostilidades.
O Egito interveio diretamente pela primeira vez no conflito na vizinha Líbia na segunda-feira, após o Estado Islâmico divulgar um vídeo que mostra a decapitação de 21 cristãos egípcios.
O chanceler egípcio, Sameh Shukri, apoiou o apelo da Líbia para a suspensão do embargo.
Shukri também defendeu "medidas concretas para evitar a aquisição de armas por todas as milícias e entidades não estatais por meio da imposição de um bloqueio naval sobre as armas em direção a áreas da Líbia que estão fora do controle das autoridades legítimas".
A Itália pediu uma ação internacional urgente para evitar que a Líbia descambe ao caos e prometeu que estava pronta para ajudar a monitorar um cessar-fogo e treinar as Forças Armadas locais.
"Na Líbia, o Estado Islâmico encontrou terreno fértil na crescente instabilidade política pós-revolução, aproveitando também a fraqueza das instituições estatais e do setor de segurança do Estado", disse o enviado especial da ONU.
"A derrota do terrorismo na Líbia só pode ser alcançada através da determinação política e institucional de um governo de união na Líbia que tenha o apoio firme e inequívoco da comunidade internacional aos inúmeros desafios que o país enfrenta", disse Leon.
(Reportagem de Michelle Nichols)