Por Angus Berwick
MADRI (Reuters) - O líder do opositor Partido Socialista na Espanha, Pedro Sánchez, descartou um acordo com o Partido Popular, atualmente na situação, durante visita a Portugal nesta quinta-feira para avaliar o sucesso da coalizão portuguesa de esquerda em remover um governante de direita.
O Partido Popular, de centro-direita, não conseguiu uma maioria de assentos nas eleições do mês passado, que não produziram um resultado claro, e o seu retorno ao governo depende da formação de uma grande coalizão, ao estilo alemão, com os socialistas, que ficaram em segundo lugar, quebrando assim o impasse político.
"Nós dizemos ‘não' para uma grande coalizão entre o PP e os socialistas, e dizemos ‘sim' para um governo que junte todas as forças progressistas que querem mudar a Espanha e reparar o dano que a direita fez nos últimos quatro anos", afirmou Sánchez à imprensa em Lisboa.
Socialistas e partidos de extrema esquerda em Portugal juntaram forças em novembro para derrubar o governo de centro-direita que havia conquistado a maior parcela de votos no pleito de outubro, mas que também tinha perdido a maioria parlamentar.
"O que está claro é que quando as forças por mudança se unem o povo colhe os benefícios, e o governo de Portugal é a melhor evidência disso", disse Sánchez após se encontrar com o primeiro-ministro António Costa.
O Partido Socialista (PSOE) de Sanchez perdeu muito do seu apoio para o anti-austeridade Podemos nas eleições, mas os dois podem conseguir formar uma coalizão com pequenos partidos regionais para derrubar o governo do Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy.
No entanto, a situação é complicada por causa do apoio do Podemos a um referendo sobre a independência da Catalunha, o que os socialistas dizem que é inaceitável.
(Reportagem adicional de Angus MacSwan e Blanca Rodriguez)