BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato da oposição que disputará o segundo turno das eleições presidenciais argentinas no mês que vem, Mauricio Macri, disse nesta terça-feira que quer encontrar pontos em comum com o terceiro colocado Sergio Massa e que as duas campanhas têm conversado.
Massa ficou em terceiro lugar no primeiro turno de domingo com 21,3 por cento dos votos, e tanto Macri quanto o candidato do partido governista, Daniel Scioli, terão de cortejar o parlamentar de 43 anos e seus eleitores para vencer o pleito em 22 de novembro.
Massa está elaborando um manifesto político para ser discutido com qualquer um de seus rivais ainda na corrida presidencial. Na segunda-feira, um assessor da campanha dele disse à Reuters que, embora Massa não vá apoiar Macri explicitamente, o documento será um "aceno" nessa direção.
Questionado se as duas equipes de campanha estavam trocando mensagens, Macri, um candidato pró-mercado, disse à emissora de televisão local Telefe: "Sim, estamos conversando. Há uma vontade de chegar a um acordo sobre as políticas, uma vontade de encontrar um terreno comum."
O governo de esquerda de oito anos da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tem provocado sentimentos mistos. Ela é adorada pela classe mais baixa devido à expansão de programas de assistência social e proteção à indústria argentina, mas criticada por outros por sufocar a economia.
Durante a campanha, o centrista Massa chegou a dizer que Scioli representava uma continuação das políticas que haviam atrofiado o crescimento econômico, alimentado a inflação e drenado as reservas do banco central. Mas ele também disse que Macri poderia levar a economia a uma nova crise por meio da imposição de políticas pró-mercado muito rapidamente.
(Reportagem de Nicolás Misculin)