Por Crispian Balmer
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Chamada carinhosamente de "santa das sarjetas" durante a vida, Madre Teresa de Calcutá será transformada em uma santa da Igreja Católica oficialmente no domingo, 19 anos após sua morte.
Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Madre Teresa foi uma das mulheres mais influentes dos 2.000 anos de história da igreja, aclamada por seu trabalho com os mais pobres do mundo nas favelas da cidade indiana de Calcutá.
Centenas de milhares de fiéis devem comparecer à cerimônia de canonização da freira, que será conduzida pelo papa Francisco diante da basílica de São Pedro.
Embora criticada durante a vida e após a morte, Madre Teresa é reverenciada pelos católicos como um modelo de compaixão que levou alívio aos doentes e moribundos, abrindo filiais de suas Missionárias da Caridade (M.C.) em todo o globo.
"Mesmo na cultura popular ela é identificada com a bondade, a gentileza, a caridade", disse o padre Brian Kolodiejchuk, integrante da organização fundada por Madre Teresa que fez campanha por sua canonização.
"Em romances e filmes, é frequente ver personagens dizerem 'Ah, quem você pensa que eu sou? Madre Teresa?'", disse ele à Reuters.
Seus críticos a veem de outro modo, argumentando que ela fez pouco para aliviar a dor de doentes terminais e nada para erradicar as causas da pobreza.
Em 1991, o periódico científico britânico Lancet visitou uma casa para moribundos que ela administrava em Calcutá e afirmou que cuidadores sem treinamento eram incapazes de reconhecer quando alguns pacientes poderiam ter sido curados.
Kolodiejchuk disse que seus detratores não entenderam o propósito de sua missão, alegando que ela criou um lugar para confortar as pessoas em seus últimos dias, em vez de estabelecer hospitais.
"Não temos que provar que santos foram perfeitos, porque ninguém é perfeito", disse.
Na Índia, uma nação predominantemente hindu, Madre Teresa foi acusada de tentar converter os desamparados ao cristianismo – algo que sua missão vem negando reiteradamente.