ÁDEN/CAIRO (Reuters) - Combatentes houthis no Iêmen tomaram à força o distrito de Tawahi, em Áden, nesta quarta-feira, apesar dos ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita, reforçando seu controle sobre a cidade cujo destino é visto como crucial no desenrolar da guerra civil do país.
Os combates em todo o Iêmen mataram 120 pessoas nesta quarta-feira, a maioria civis, incluindo pelo menos 40 que tentavam fugir da cidade portuária de Áden, no sul iemenita, em um barco que foi atingido por disparos dos houthis, disseram testemunhas e agentes de resgate.
Os houthis e antigas forças do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh cercaram Áden durante semanas na tentativa de acabar com a resistência na localidade, onde o presidente atual, Abd-Rabbu Mansour Hadi, sediou brevemente seu governo antes de fugir para a Arábia Saudita.
O ministro das Relações Exteriores de Hadi, Reyad Yassin Abdulla, apelou para que a comunidade internacional intervenha para deter o ataque houthi contra Áden durante entrevista coletiva televisionada desde Riad.
Insistindo que a cidade não foi tomada, ele descreveu as milícias como "os assassinos de homens e crianças" e disse que os moradores de Áden pediram socorro a Riad "em nome da irmandade de sangue e religião".
Moradores relataram que os houthis penetraram o distrito histórico de Al-Tawahi, onde estão o palácio presidencial, o principal porto e a estação de televisão de Áden. Os combates ainda estão em andamento, disseram.
A Arábia Saudita vê os houthis, na sua maioria membros da seita xiita zaydi, das terras altas do norte do Iêmen, como combatentes por procuração de seu maior inimigo regional, o Irã, e liderou a ofensiva de uma coalizão árabe com o objetivo de restaurar o governo de Hadi.
(Reportagem de Mohammed Mukhashaf e Mohammed Ghobari)