Por Amelie Baron
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Manifestantes contrários ao governo planejam bloquear as ruas da capital do Haiti, Porto Príncipe, por dois dias a partir desta segunda-feira, no momento em que o país se afunda em uma mais crise política e econômica apesar de estar às vésperas do Carnaval.
Organizadores dos protestos alertaram moradores da capital a ficarem longe das ruas durante a manifestação de dois dias contra a alta no preço da gasolina, dizendo que aqueles que se aventurarem do lado de fora estarão colocando suas vidas em risco.
O primeiro-ministro haitiano, Evans Paul, fez um apelo por calma via Twitter no fim de semana, e disse que o governo vai garantir a segurança.
O empobrecido país caribenho está no meio de uma crise política, depois que o premiê anterior foi forçado a renunciar, em dezembro, e o Parlamento foi dissolvido por ter fracassado em realizar eleições municipais e legislativas.
O presidente Michel Martelly enfrenta há três meses opositores radicais que pedem sua saída, e os estudantes se uniram aos protestos na semana passada.
O Departamento de Estado norte-americano e a missão de paz da ONU no Haiti, que tem a liderança militar do Brasil, têm apoiado Martelly por enquanto, elogiando os esforços do presidente, e pediram que todas as partes concordem com a realização de eleições previstas.
Durante os protestos mais recentes, no sábado, marcando o aniversário de 29 anos da queda do ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier, milhares de manifestantes marcharam por Porto Príncipe pedindo a renúncia de Martelly e uma redução no preço da gasolina.
As manifestações perto do centro da cidade tiveram cinco horas de duração, e os manifestantes jogaram pedras e fecharam ruas ateando fogo a pneus. Eles foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo e impedidos de chegarem a uma área perto do palácio presidencial, onde serão realizadas as comemorações do Carnaval a partir de 15 de fevereiro.
Mais de 6 milhões de haitianos, quase 60 por cento da população, vivem com 2 dólares por dia, de acordo com relatório recente do Banco Mundial.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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