BAMAKO (Reuters) - Mali, Níger e Burkina Faso, três nações do Sahel, na África Ocidental, governadas por juntas militares, assinaram um pacto de segurança no sábado, prometendo ajudar uns aos outros em caso de rebelião ou agressão externa.
Os três países estão lutando para conter os insurgentes islâmicos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico e também viram suas relações com os vizinhos e parceiros internacionais ficarem tensas por causa dos golpes.
O último golpe no Níger criou mais uma barreira entre os três países e os países do bloco regional, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, que ameaçou usar a força para restaurar o regime constitucional no país. Mali e Burkina Faso prometeram ajudar o Níger se o país for atacado.
"Qualquer ataque à soberania e à integridade territorial de uma ou mais partes contratadas será considerado uma agressão contra as outras partes", de acordo com a carta do pacto, conhecido como Aliança dos Estados do Sahel.
O documento diz que os outros estados ajudarão individual ou coletivamente, inclusive com o uso de força armada.
"Assinei hoje com os chefes de Estado de Burkina Faso e do Níger a carta Liptako-Gourma que estabelece a Aliança dos Estados do Sahel, com o objetivo de estabelecer uma estrutura de defesa coletiva e assistência mútua", disse o líder da junta do Mali, Assimi Goita, em sua conta na mídia social X.
Todos os três estados eram membros da força conjunta da aliança G5 Sahel, apoiada pela França, com o Chade e a Mauritânia, lançada em 2017 para combater grupos islâmicos na região.
Desde então, o Mali deixou a organização inativa após um golpe militar, enquanto o presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, disse em maio do ano passado que a força está "morta" após a saída do Mali.
As relações entre a França e os três países se deterioraram desde os golpes.
A França foi forçada a retirar suas tropas de Mali e Burkina Faso, e está em um tenso impasse com a junta que tomou o poder no Níger, depois de ter solicitado a retirada de suas tropas e de seu embaixador.
A França se recusou a reconhecer a autoridade da junta.
(Reportagem de Tiemoko Diallo; redação de Bate Felix; edição de Jason Neely)