VALLETTA/MADRI (Reuters) - Malta disse nesta terça-feira que permitirá que o navio de resgate Aquarius, que opera no Mediterrâneo e foi recusado em vários países litorâneos durante quatro dias, atraque depois que cinco países da União Europeia concordaram em acolher os 141 imigrantes a bordo.
O barco, operado pela instituição de caridade franco-alemã SOS Mediterrâneo e os Médicos Sem Fronteira (MSF), está no centro do cabo de guerra continental mais recente para decidir como lidar com os imigrantes que chegam pelo mar.
Resgatados no litoral da Líbia, os imigrantes serão distribuídos entre França, Alemanha, Luxemburgo, Portugal e Espanha, informaram os governos maltês e francês.
Sessenta dos 114 imigrantes que foram levados a Malta separadamente na segunda-feira irão para outros países-membros da UE.
As instituições de caridade saudaram o acordo com cautela, dizendo que agora os países do bloco precisam acertar um mecanismo mais permanente que evite que navios de resgate fiquem à deriva durante dias.
"Talvez os Estados europeus finalmente tenham entendido que isto diz respeito à nossa fronteira comum no sul da Europa, que este é um problema dos 28 Estados-membros e que não podemos evitar a responsabilidade e deveríamos trabalhar juntos", disse Frédéric Penard, diretor de operações do SOS Mediterrâneo, em uma coletiva de imprensa.
A Espanha acolherá 60 dos imigrantes, tuitou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. Portugal disse que aceitará 30 do Aquarius e de outros barcos que chegaram a Malta. A França disse que receberá 60.
(Por Andres Gonzalez em Madri, Chris Scicluna em Malta, Axel Bugge em Lisboa e Ingrid Melander, Julie Carriat, Caroline Pailliez em Paris)