GUWAHATI, Índia (Reuters) - Manifestantes atacaram estações de trem do nordeste da Índia, disseram autoridades nesta quinta-feira, durante protesto em repúdio a uma nova lei que tornará mais fácil para minorias não muçulmanas de alguns países vizinhos pleitearem a cidadania indiana.
O governo nacionalista do primeiro-ministro Narendra Modi disse que o Projeto de Emenda da Lei de Cidadania, aprovado pelo Parlamento na quarta-feira, foi concebido para proteger minorias de Bangladesh, Paquistão e Afeganistão.
Manifestantes de Assam, Estado do nordeste especializado no plantio de chá e que faz divisa com Bangladesh, dizem que a medida abrirá a região para uma inundação de estrangeiros. Outros dizem que o maior problema com a nova lei é que ela mina a Constituição secular da Índia por não oferecer proteção aos muçulmanos.
A polícia disparou gás lacrimogêneo em Guwahati, a principal cidade de Assam, para dispersar grupos pequenos de pessoas que protestavam nas ruas, desafiando um toque de recolher imposto na quarta-feira.
"Esta é uma reação pública espontânea", disse Nehal Jain, mestrando em Comunicações de Guwahati. "Primeiro eles nos dizem que há imigrantes ilegais demais e que precisamos nos livrar deles. Depois adotam essa lei que permitiria cidadania a imigrantes".
Um movimento contra imigrantes ilegais está em ebulição em Assam há décadas.
A emenda garante cidadania indiana a budistas, cristãos, hindus, jainistas, pársis e sikhs que fugiram do Bangladesh, Paquistão e Afeganistão antes de 2015.