Amã, 1 fev (EFE).- Centenas de pessoas protestaram nesta quinta-feira em frente ao Parlamento da Jordânia, em Amã, contra as reformas econômicas do governo que, entre outras medidas, eliminou os subsídios ao pão, o que provocou um aumento do preço do produto de 67% a 100% nesta semana.
Os manifestantes cantaram músicas contra os deputados, a quem acusaram de legislar apenas a favor dos seus interesses.
Além disso, criticaram o Executivo do primeiro-ministro, Hani al-Mulki, acusando-o de "empobrecer o povo" com o novo pacote de reformas fiscais, que pretende reduzir o déficit público, estimado em 543 milhões de dinares jordanianos (R$ 2,42 bilhões) em 2018.
Um dos manifestantes exibia algumas fogaças de pão no chapéu que usava, já que este é um dos bens básicos mais afetados pelo corte de subsídios.
O protesto de hoje é o primeiro após a polêmica medida do governo, que passou a vigorar no último sábado, quando o quilo da fogaça grande aumentou de 0,16 para 0,32 dinares (de R$ 0,70 para R$ 1,40), enquanto as fogaças pequenas subiram de 0,24 a 0,40 dinares (de R$ 1,07 para R$ 1,78).
Calcula-se que o governo jordaniano investia US$ 200 milhões (R$ 634 milhões) por ano para subsidiar o pão, e deixar de fazer isso é uma das principais exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A medida causará impacto principalmente a cerca de três milhões de estrangeiros que vivem na Jordânia - sírios, iraquianos e egípcios -, bem como aos jordanianos com mais recursos, já que os cidadãos das classes mais desfavorecidas receberão uma ajuda estatal de 27 dinares (R$ 120) ao ano, segundo anunciou o governo.