Por John O'Brien
CINGAPURA (Reuters) - Neo Jieshi começou a correr para se manter em forma para o basquete, e agora que a diretora de recursos humanos cingapuriana conseguiu uma surpreendente vaga na maratona da Olimpíada do Rio de Janeiro, nem mesmo o temor do Zika vírus deve impedi-la de realizar um sonho.
A transformação de Neo de corredora amadora na universidade a atleta olímpica se completou em dezembro passado, quando chegou em décimo lugar na Maratona de Cingapura, resultado suficiente para uma classificação automática em virtude de a competição ter o Selo Dourado da Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf).
"Foi uma surpresa completa, totalmente inesperada", disse à Reuters a atleta ligeiramente musculosa, de 30 anos, enquanto corredores amadores se exercitavam na pista de treinamento ao redor do Estádio Nacional de Cingapura.
Neo acelerou o ritmo de treinos sob a orientação do recém-indicado técnico nacional com o objetivo de aprimorar seu melhor tempo, 3h09min57, mas está preocupada sobretudo em "aprender tudo que puder com os atletas de elite e absorver a atmosfera" da Rio 2016 entre os dias 5 e 21 de agosto.
Ela finalizou mais de 15 maratonas desde que correu sua primeira, nove anos atrás, e participou inclusive da Maratona de Boston de 2013, que ficou marcada por um atentado com bombas, e está determinada a disputar a prova dos Jogos do Rio apesar do surto de Zika vírus.
O Brasil está no centro de um surto que se espalhou em mais de 30 países. Pesquisadores estão trabalhando para determinar se o Zika vem causando um salto no número de casos de microcefalia no país, depois que o Ministério da Saúde confirmou uma ligação entre o vírus e a má-formação craniana.
"Com certeza estou preocupada com o vírus, mas no momento estou concentrada no aqui e agora", disse Neo, que se casou em outubro passado.
"A Olimpíada ainda demora seis meses, então vou continuar monitorando a situação à medida que os Jogos se aproximam enquanto sigo com meu treinamento e meus preparativos para a prova", acrescentou.
"É claro que estou preocupada com isso acontecendo no Brasil, mas estou tentando não me preocupar muito. Meu instinto ainda é ir de qualquer maneira, e eu provavelmente só vou mudar de ideia se houver um aviso de viagem emitido pelas autoridades competentes." OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20160216T125058+0000