VARSÓVIA (Reuters) - Dezenas de milhares de poloneses, incluindo chefes do partido de oposição nacionalista, protestaram em Varsóvia na segunda-feira durante evento anual do Dia da Independência organizado pela extrema-direita, alguns disparando sinalizadores vermelhos e carregando faixas anti-UE, anti-Ucrânia e de supremacia branca.
A marcha se tornou um ponto de atrito entre a extrema-direita e os conservadores, de um lado, e o centro liberal, no poder desde que uma eleição geral do ano passado pôs fim a oito anos de governo do partido nacionalista, de outro.
O governo de Donald Tusk está no poder desde dezembro, mas membros da sua coalizão de centro-esquerda e centro-direita estão sofrendo nas pesquisas de opinião por conta de desentendimentos públicos sobre questões chave da campanha, como o retorno dos direitos ao aborto.
A Confederação de extrema-direita, cujos políticos estão entre os organizadores do evento, parece ter melhorado nos resultados desde as eleições, tendo agora cerca de 12% das intenções de voto, espelhando ganhos similares em partes da Europa com uma reação anti-imigração.
Durante os seus oito anos no poder, o partido nacionalista Lei e Justiça (PiS) buscou adotar valores familiares mais conservadores na vida pública, incluindo a introdução de uma proibição quase total do aborto e aumento do controle sobre os meios de comunicação e o judiciário.
As autoridades de Varsóvia disseram que cerca de 90 mil pessoas participaram da marcha, enquanto os organizadores estimaram a presença em torno de 200 mil.
(Reportagem de Marek Strzelecki e Aleksandra Szmigiel-Wisniewska)