Por Zakia Abdennebi
SALÉ, Marrocos (Reuters) - Autoridades marroquinas disseram nesta segunda-feira ter desmontado uma célula militante que planejava criar uma sucursal do Estado Islâmico no país norte africano, confiscando armas e acusando seus integrantes de planejarem ataques.
Centenas de militantes provenientes do Marrocos e de outros Estados da região do Magreb, como Tunísia e Argélia, têm se unido às forças do Estado Islâmico em meio à guerra civil na Síria. Alguns começaram a retornar e a abrir uma nova frente de luta jihadista, de acordo com especialistas em segurança.
Na semana passada, homens armados atacaram um museu na Tunísia, matando 23 pessoas, a maioria turistas estrangeiros. A Argélia retirou temporariamente cerca de 100 operários turcos que trabalhavam na construção de uma estrada a leste de Argel, disse uma fonte nesta segunda-feira, após o surgimento de ameaças feitas por militantes filiados ao Estado Islâmico.
Os 13 integrantes da célula no Marrocos haviam jurado aliança a Abu Bakr al-Baghdadi, líder dos militantes do Estado Islâmico que lutam nos territórios de Síria e Iraque, e planejavam criar uma ramificação do grupo, chamada Estado Islâmico no Extremo Magreb.
No Gabinete Central de Investigação Judicial do Marrocos (GCIJ), em Salé, seis pistolas e munições foram mostradas aos jornalistas como tendo sido confiscadas em um esconderijo próximo à cidade de Agadir, no sul do país.
"A célula planejava perpetrar ataques contra políticos e membros das forças de segurança e roubar suas armas", disse o diretor do GCIJ, Adelhak Khayyam, aos jornalistas.
Ele disse que 1.354 cidadãos marroquinos lutam junto a grupos armados na Síria e no Iraque, e que 220 retornaram para casa e foram presos, enquanto 286 foram mortos. Cerca de 158 mulheres e 135 crianças também partiram para a região em guerra, disse o diretor.
(Por Aziz El Yaakoubi)