Por Ahmed Eljechtimi
VALE DE OUIRGANE, Marrocos (Reuters) - A pousada Kasbah La Dame Bija, no vale de Ouirgane, no Marrocos, escapou ilesa de um terremoto que devastou a área, mas as reservas no local despencaram e o proprietário agora se preocupa com a região conseguir ressuscitar seu apelo turístico.
"O terremoto matou pessoas e destruiu vilarejos dos quais depende a nossa atividade turística", disse Abderrahim Bouchbouk, proprietário da pousada de nove quartos que já foi administrada por seu avô.
Lidar com a tragédia humana de um terremoto em 8 de setembro que matou mais de 2.900 pessoas é uma preocupação imediata de todos, mas para uma região que dependia de turistas que viajavam por vales e passagens montanhosas deslumbrantes, comprando artesanato local ou visitando locais agora devastados, o futuro econômico parece sombrio.
"Sem turistas, sem emprego, sem renda", disse Mohamed Aznag, garçom em um café no vilarejo devastado de Tasa Ouirgane, que perdeu a filha no terremoto e agora teme por sua renda que sustentava o resto de sua família.
Ele falou enquanto observava as ruínas da pousada Dar Izergane, que desabou no terremoto, perto do café danificado e agora vazio onde ele trabalha.
Vilarejos inteiros, muitos dominados por casas e edifícios feitos de tijolos de barro, desmoronaram em montes de terra quando o terremoto de magnitude 6,8 atingiu a região, soterrando aqueles que estavam lá dentro e destruindo negócios em um local que depende da rota turística.
O turismo proporcionou rendimentos adicionais vitais para muitos, com poucas outras oportunidades de trabalho fora do cultivo da terra em pequenas propriedades.
"Essa foi uma forma de muitos agricultores locais obterem receitas adicionais", disse Bouchbouk, cuja pousada emprega 14 pessoas.
Ahmed Bassim, um guia turístico na área de Ouirgane que tem sido forçado a viver em uma tenda desde o terremoto, disse que a região necessita desesperadamente de reconstrução. "Mas espero que os turistas continuem a nos visitar em solidariedade conosco", disse ele.