Por Andrew Hay
(Reuters) - Mensagens de WhatsApp inundaram o telefone de Amber Bostwick na última terça-feira, conforme parentes enviavam relatos angustiantes do massacre de nove mulheres e crianças por homens armados de um cartel de drogas no norte do México.
A dona de casa de Seattle, de 35 anos, passou grande parte de sua vida tentando se afastar do que descreve como ramo fundamentalista da fé mórmon de seus pais e da Colonia LeBaron - a comunidade mexicana de seu pai polígamo de onde eram algumas das vítimas do massacre.
Mas, ao ouvir o terror dos parentes, ela percebeu que isso ameaçava seus meio-irmãos mexicanos-americanos que vivem em Colonia LeBaron e nas comunidades mórmons nas proximidades.
Então ela ficou online e começou a postar notícias dos assassinatos e a promover uma página ‘GoFundMe’ criada por seu irmão para as vítimas.
"O massacre simplesmente me permitiu apoiar e amar a família", disse Bostwick, convertida ao cristianismo, cuja mãe tinha 15 anos quando ela nasceu e que mais tarde foi adotada pelos avós dos EUA.
As mortes de 4 de novembro traumatizaram as comunidades mórmons separatistas do norte do México. Algumas famílias de dupla nacionalidade seguiram para os Estados Unidos em busca de segurança no sábado, após os últimos enterros.
Mas as mortes também reuniram diferentes grupos mórmons, e até mesmo aqueles que fugiram deles, para exigir não apenas que México ou Estados Unidos, mas uma força-tarefa internacional intervenha na violência endêmica do país.
"Eles precisam enviar especialistas na construção de um Estado de direito", disse Adrian LeBaron, de 58 anos, de Colonia LeBaron, que perdeu sua filha Rhonita e quatro netos no ataque. "Não quero atiradores de elite, quero educadores."