Por Gilbert Reilhac
ESTRASBURGO, França (Reuters) - Médicos pararam de fornecer alimento e água ao paciente tetraplégico francês Vincent Lambert nesta segunda-feira, disseram advogados, retomando um polêmico debate sobre o direito à morte que divide sua família e seu país.
O ex-enfermeiro psiquiátrico de 42 anos está em estado vegetativo desde um acidente de motocicleta em 2008. Ele quase não tem consciência mas consegue respirar sem aparelhos e ocasionalmente mexe os olhos.
Sua esposa e alguns de seus irmãos dizem que os cuidados devem ser retirados. Mas os pais de Lambert, católicos, e apoiados por outros parentes, dizem que ele deveria ser mantido vivo e iniciaram uma batalha legal para manter seu atendimento.
Seus médicos na cidade de Riems, no nordeste do país, disseram no início do mês que iniciariam a retirada dos cuidados depois que todas as vias legais fossem esgotadas.
A equipe médica já interrompeu a alimentação e água por tubos gástricos e estavam administrando sedativos, disse Laurent Pettiti, um advogado da esposa de Lambert.
"Eles são monstros", disse a mãe de Lambert chorando de dentro do carro fora do hospital de Riems, reportou a BFM TV.
Os pais de Lambert emitiram uma última tentativa legal para a Corte Europeia de Direitos Humanos na segunda-feira.
Mas o tribunal baseado em Estrasburgo disse que não havia violação de seu direito à vida e se referiu a um julgamento já feito em 2015 que permitiu que os médicos retirassem o suporte à vida de Lambert.