WASHINGTON (Reuters) - Um grupo de trabalhadores norte-americanos da área da saúde deixou a Faixa de Gaza após ficar preso no hospital onde prestava atendimento, disse nesta sexta-feira a Casa Branca.
Nesta semana vieram à tona relatos de médicos norte-americanos que não conseguiam deixar o enclave após Israel fechar a passagem de fronteira de Rafah, incluindo dez profissionais da Associação Médica Palestino-Americana, com sede nos EUA. Eles pretendiam sair do local após uma missão de duas semanas no Hospital Europeu de Khan Younis, cidade perto de Rafah, no sul do território.
Nesta sexta-feira, 17 médicos e funcionários da área da saúde norte-americanos, de um total de 20, deixaram a Faixa de Gaza, confirmou o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby.
“Posso garantir a vocês que qualquer um que quisesse sair, saiu”, disse Kirby.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse à Reuters que alguns dos médicos que estavam presos no enclave chegaram a um local seguro com a ajuda da embaixada dos EUA em Jerusalém.
Três dos médicos escolheram ficar em Gaza, disse uma fonte próxima ao assunto, por acreditarem que a embaixada talvez não conseguisse facilitar sua saída, como fez nesta sexta-feira.
Instituição sem fins lucrativos, Associação Médica Palestino-Americana informou que sua equipe de 19 profissionais, incluindo dez norte-americanos, teve sua saída da Faixa de Gaza negada após o fim da missão de duas semanas.
A associação afirmou nas redes sociais na quarta-feira que tinha mais médicos esperando para entrar no enclave e substituir aqueles que tentavam sair.
Israel tomou e fechou a passagem de Rafah na fronteira com o Egito no dia 7 de maio, selando uma rota vital para as pessoas e para a ajuda humanitária no enclave devastado pela guerra.
O sistema de saúde de Gaza entrou em colapso desde que Israel iniciou sua ofensiva militar no local, após os ataques transfronteiriços de militantes palestinos do Hamas contra israelenses em 7 de outubro.
As entregas de ajuda começaram a chegar nesta sexta-feira em um pier construído pelos EUA ao largo da Faixa de Gaza.
(Reportagem de Nandita Bose e Humeyra Pamuk em Washington e Brendan O'Boyle na Cidade do México)