BRASÍLIA (Reuters) - Os países do Mercosul --Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai-- devem divulgar ao final da cúpula que ocorre nesta semana em Bento Gonçalves (RS) um comunicado sobre a defesa da soberania dos seus recursos naturais, disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, em um momento em que as políticas ambientais do governo do presidente Jair Bolsonaro seguem sob críticas.
"(O comunicado) defende a compatibilidade entre o crescimento econômico e a preservação ambiental e reafirma o princípio da soberania sobre os recursos naturais", disse Rêgo Barros nesta segunda-feira, em briefing a jornalistas.
O texto do comunicado é semelhante a um parágrafo da declaração final da Cúpula dos Brics, realizada há duas semanas em Brasília (DF), no qual se defendeu que os "benefícios do desenvolvimento" precisam chegar a todos os cidadãos e que a cooperação internacional tem que respeitar a soberania. [nL2N27U1G6]
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters naquela ocasião, apesar de não fazer referência específica à Amazônia devido a se tratar de uma declaração multilateral, o texto dos Brics foi proposto pelo Brasil sob medida para a defesa da política que o governo pretende implementar na região.
O porta-voz também destacou que o comunicado do Mercosul manifestará a solidariedade dos demais países do bloco ao Brasil pelo derramamento de petróleo na costa do Nordeste.
O Brasil vai deixar a presidência rotativa do Mercosul, que passará a ser exercida pelo Paraguai.
(Reportagem de Ricardo Brito)