BUENOS AIRES (Reuters) - Dezenas de milhares de manifestantes, em passeata com faixas de sindicatos e grupos de esquerda, bloquearam o tráfego na capital argentina nesta sexta-feira para pressionar o governo a aumentar os subsídios para os pobres.
A Argentina continua a sofrer com uma longa recessão econômica quase um ano depois de o governo de centro-direita do presidente Mauricio Macri ter assumido o poder e iniciado reformas de mercado com objetivo de aumentar a competitividade do país e domar a inflação galopante.
Macri tem na sua maior parte mantido os generosos programas sociais que herdou do governo populista anterior de Cristina Kirchner, mas as suas relações com os sindicados e grupos sociais de esquerda são tensas por conta dos preços em alta.
Nesta sexta, alguns dos maiores sindicatos no país, incluindo a Confederação Geral dos Trabalhadores, bloquearam a Avenida 9 de Julio, uma das ruas mais largas do mundo, para pressionar o governo a aprovar uma legislação que aumentaria os subsídios para os pobres e criaria empregos com recursos públicos.
"Eu não acho que o governo tem a coragem para mudar a situação”, declarou Pablo Moyano, do poderoso sindicato dos caminhoneiros. “Eles governam para os setores mais ricos. Eu gostaria que eles tivessem encontrado uma solução para os trabalhadores tão rapidamente quanto fizeram para os fazendeiros e mineradoras.”
A coalizão de governo de Macri é contra a lei, que foi aprovada pelo Senado nesta semana, mas ainda tem que ser avaliada pela Câmara.
(Reportagem de Nicolas Misculin)