Por Dilawar Hussain
PARACHINAR, Paquistão (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas protestaram em uma cidade do Paquistão nesta quinta-feira para exigir melhor segurança, depois que um duplo ataque com bomba em um mercado local matou 75 pessoas, disseram autoridades e testemunhas.
Os cidadãos de Parachinar iniciaram uma ocupação pouco depois de as duas bombas explodirem na noite da sexta-feira passada, quando comerciantes compravam suprimentos para se prepararem para a interrupção do jejum em um dos últimos dias do mês muçulmano sagrado do Ramadã.
Uma facção do grupo militante sunita Lashkar-e-Jhangvi, que tem sede no Paquistão, assumiu a responsabilidade pelo ataque, realizado em uma cidade que abriga um grande número de membros da minoria xiita.
A multidão, já revoltada com o que vê como a incapacidade das autoridades para garantir a segurança, ficou ainda mais indignada pelo fato de a polícia ter matado três manifestantes a tiros para tentar manter a ordem.
As autoridades não confirmaram que os três manifestantes morreram, dizendo somente que estão investigando.
"Estamos cansados de recolher os corpos de nossa gente", disse Arshad Umerzai, ex-ministro do governo provincial.
Umerzai disse que o primeiro-ministro paquistanês e o chefe do Exército deveriam visitar Parachinar, que é próxima da fronteira com o Afeganistão, em resposta à violência que a localidade tem sofrido.
O premiê Nawaz Sharif anunciou uma indenização equivalente a 10 mil dólares às famílias de cada vítima das explosões e de 5 mil dólares para os feridos, o que os manifestantes rejeitaram dizendo que as vítimas de ataques em outro locais receberam mais, segundo uma testemunha.