ISTAMBUL (Reuters) - Militantes curdos da Turquia encerraram um cessar-fogo de um mês nesta quinta-feira, um dia depois de o presidente turco, Tayyip Erdogan, jurar "liquidá-los", acabando com qualquer esperança de uma redução na violência após a eleição do fim de semana.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) disse que o governista Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), que recuperou a maioria parlamentar no pleito do final de semana, está em clima de guerra.
"A suspensão unilateral das hostilidades chegou ao fim com a política de guerra e os ataques mais recentes do AKP", disse a legenda em um comunicado publicado pela agência de notícias Firat, que é próxima do grupo militante.
Erdogan, que supervisionou um processo de paz com o PKK que desmoronou em julho, prometeu na quarta-feira continuar a lutar com o partido rival até que seu último combatente esteja "liquidado".
Dezoito pessoas foram mortas em confrontos com os militares no sudeste de maioria curda na terça-feira, elevando o saldo de mortes desta semana para quase 40. Mais de 40 mil pessoas morreram durante a insurgência iniciada em 1984.
O PKK – designado como grupo terrorista por Turquia, Estados Unidos e União Europeia – declarou o cessar-fogo no dia 10 de outubro como forma de evitar episódios de violência que pudessem impedir "uma eleição correta e justa". O governo rejeitou o apelo, que considerou uma tática eleitoral.
(Por Daren Butler)