Por Dan Williams
HERZLIYA, Israel (Reuters) - O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, disse nesta terça-feira que não acredita na possibilidade de que seja alcançado um acordo de paz estável com os palestinos durante sua vida, em uma das avaliações mais sombrias de um importante membro do governo desde que as negociações entraram em colapso no ano passado.
Yaalon, um dos aliados mais próximos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusou os palestinos de terem "fechado a porta" nos esforços para manter as discussões em andamento, e disse que eles recusaram propostas de troca de terra por paz por pelo menos 15 anos.
Seus comentários, em um discurso durante uma conferência estratégica, foram rejeitados por um funcionário da Organização para a Libertação da Palestina, que disse à Reuters que o governo de Netanyahu é o culpado pelo impasse.
As negociações de paz foram rompidas em abril de 2014, em meio a discussões ríspidas sobre a construção de assentamentos israelenses em territórios ocupados por Israel, nos quais os palestinos querem criar seu Estado, e o acordo de unidade firmado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, com o grupo islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza e não reconhece o direito de Israel de existir.
"Quanto à possibilidade de chegar a um acordo ... há alguém que diz que não vê um durante seu mandato", disse Yaalon, referindo-se às observações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em uma entrevista à televisão israelense na semana passada. "Eu não vejo um acordo estável durante a minha vida, e eu pretendo viver um pouco mais", disse Yaalon em conferência realizada anualmente em Herzliya, perto de Tel-Aviv.
(Reportagem de Jeffrey Heller, em Jerusalém; Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi)