Por Gabriela Baczynska e Robert-Jan Bartunek
BRUXELAS (Reuters) - Ministros da União Europeia cogitaram nesta quinta-feira a possibilidade de intensificar ainda mais seus controles de fronteira unilaterais a menos que haja uma redução expressiva no número de imigrantes chegando da Turquia até a cúpula UE-Turquia no dia 7 de março.
Sete nações europeias já reinstalaram barreiras em suas divisas dentro da louvada mas ameaçada zona de livre circulação, o Espaço Schengen, criando grande pressão sobre a Grécia, que não consegue mais conter a onda de recém-chegados da Turquia que atravessam os Bálcãs rumo ao norte europeu.
Mais países disseram que seguirão o mesmo caminho, a menos que um acordo que prometeu 3 bilhões de euros em ajuda para Ancara acolher refugiados da guerra da Síria, em troca do impedimento de sua passagem para a Europa, dê frutos antes da cúpula.
"Até 7 de março, queremos uma redução significativa no número de refugiados na fronteira entre Turquia e Grécia", disse o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, quando chegava a uma reunião de ministros da Justiça e de Assuntos Internos do bloco em Bruxelas.
A Alemanha vem fazendo muita pressão a favor do plano de auxílio aos turcos, mas muitos outros países da UE se mostram cada vez mais frustrados e céticos.
Mais de um milhão de refugiados e imigrantes do Oriente Médio e da África foram para a Europa no ano passado, a maioria oriundos da Turquia via Grécia.
Outros 110 mil chegaram ao continente este ano, e o ritmo deve aumentar, já que o fim do inverno regional encoraja mais pessoas a arriscarem a perigosa travessia pelo Mar Mediterrâneo.
"Seis de março, 7 de março é quando se espera que o influxo da primavera aumente... temos até essa data para encontrar soluções que envolvem sobretudo o influxo greco-turco", disse Klaas Dijkhoff, ministro da Imigração da Holanda, país que ocupa a presidência rotativa da UE.
Bélgica, França, Alemanha, Noruega, Suécia e Dinamarca adotaram controles fronteiriços de emergência, o que as regras de Schengen permitem. Mas a Áustria, última parada da maioria dos imigrantes com destino ao território alemão, enfureceu a UE e Berlim na semana passada ao anunciar a imposição de limites diários no número de pessoas que processa.