SANTIAGO (Reuters) - Um empate na estreia do Brasil nas eliminatórias contra o Chile em Santiago, na quinta-feira, pode ser considerado um bom resultado, segundo o zagueiro Miranda, capitão da seleção brasileira na ausência de Neymar, suspenso por dois jogos.
Depois da estreia fora de casa, o Brasil enfrentará na semana que vem a Venezuela, em Fortaleza.
"Nosso primeiro objetivo é fazer seis pontos, mas levando em consideração o grau do adversário que vamos enfrentar e a qualidade da competição, é sempre importante pontuar fora. Se seis não for possível, sair daqui com um empate é um bom começo", disse Miranda em entrevista coletiva nesta quarta-feira em Santiago.
O Chile vive um dos melhores momentos da sua história e com jogadores brilhando no futebol internacional como Vidal, Sánchez e outros, ao passo que o Brasil não poderá contar com o seu principal jogador e vive momento de desconfiança depois das decepções na Copa do Mundo e na Copa América.
O técnico Dunga destacou que além de viver um bom momento e estrear em casa, os chilenos têm uma base montada há anos enquanto ele está num processo de reconstrução da seleção brasileira.
"O (técnico do Chile) San Paoli faz trabalho excepcional, 70 por cento do time está com ele há anos, e o trabalho dele é excepcional", disse o treinador brasileiro.
"Enquanto o Brasil mudou muito os jogadores nos últimos anos, as demais mantêm 80, 70 por cento dos mesmos, tem boa vantagem nesse aspecto. Tem jogador que jogou duas ou três eliminótorias e por isso é nivelado e mais experiência", completou.
Mesmo que concorde com o capitão do time, Dunga revelou que o Brasil não vai jogar retrancado e se defendendo os 90 minutos contra os chilenos. "O futebol moderno tem mostrado que só defender não dá certo. Com a qualidade dos atacantes, dinâmica, passes, bola rápida, não dá para só se defender. É como pugilista; tem que atacar também", afirmou ele.
Dunga sabe que a seleção precisa de um bom resultado no começo das eliminatórias para se afastar das críticas e desconfianças que rondam o time após o mau desempenho no Mundial e na Copa América.
"Só ganhando que vamos superar desconfiança. Normal o torcedor ter desconfiança. Eu tinha, Feola, Parreira, e Zagallo. Todo mundo que chega aqui tem a desconfiança… e pressão também, mas isso é normal", afirmou.
O treinador brasileiro não quis revelar a equipe que enfrentará o Chile na estreia das eliminatórias nem quais seriam as dúvidas na formação do time.
(Por Felipe Iturrieta, com reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)