Por Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - Inspetores nucleares da ONU partiram para a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, nesta quarta-feira, dizendo que sua missão é evitar um acidente nuclear e tentar estabilizar a situação após semanas de bombardeios nas proximidades.
Um repórter da Reuters seguindo a equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um comboio a partir da capital Kiev disse que os inspetores chegaram à cidade vizinha de Zaporizhzhia, onde provavelmente passariam a noite antes de visitar a usina, que fica em território controlado por Rússia, na quinta-feira.
Autoridades russas instaladas na área perto da usina sugeriram que a visita poderia durar apenas um dia, enquanto autoridades da AIEA e ucranianas indicaram que duraria mais.
"A missão levará alguns dias. Se conseguirmos estabelecer uma presença permanente, ou uma presença contínua, será prolongada. Mas este primeiro segmento levará alguns dias", disse Grossi a repórteres em um hotel em Zaporizhzhia.
"Temos uma tarefa muito importante a realizar lá - avaliar a situação real, ajudar a estabilizar a situação o máximo que pudermos", disse ele, acrescentando que a equipe da AIEA tinha garantias da Rússia e da Ucrânia para entrar na zona de guerra.
A Rússia capturou a usina, a maior da Europa, no início de março como parte do que Moscou chama de "operação militar especial", algo que Kiev e o Ocidente descrevem como uma invasão não provocada visando tomar terras e apagar a identidade ucraniana.
Uma força militar russa está na usina desde então, assim como a maior parte da força de trabalho ucraniana que trabalha para continuar operando a instalação, que tradicionalmente abastecia a Ucrânia com 20% de suas necessidades de eletricidade.
Combates foram relatados tanto perto da usina quanto mais longe, com Kiev e Moscou reivindicando sucessos no campo de batalha enquanto a Ucrânia montava uma contraofensiva para recapturar território no sul. A Reuters não pôde verificar tais relatos de forma independente.
Há semanas, a Ucrânia e a Rússia se acusam de colocar em perigo a segurança da usina com ataques de artilharia ou drones e arriscar um desastre de radiação no estilo de Chornobyl.