MECA, Arábia Saudita (Reuters) - Hisham Mostafa esqueceu brevemente a guerra na Síria e seus problemas financeiros quando olhou um dos locais mais sagrados do Islamismo pela primeira vez, em meio a centenas de milhares de muçulmanos vestidos de branco reunidos para o Haj, a peregrinação a Meca.
"É uma primeira vez que eu vejo a Grande Mesquita e a Kaaba. É o melhor momento da minha vida poder fazer o Haj", disse Mostafa, de 50 anos, enquanto olhava a estrutura branca em forma de cubo em direção à qual os muçulmanos se viram para rezar cinco vezes por dia.
O contador viajou para a Arábia Saudita vindo da Turquia, onde viveu por cinco anos desde que fugiu de Aleppo, na Síria. "A guerra destrói tudo... A vida na Turquia é difícil e eu mal ganho o suficiente."
Mas ele se uniu aos cerca de 2 milhões de muçulmanos, incluindo cerca de 1,68 milhão de pessoas do exterior, que inundam as ruas estreitas de Meca antes do rito anual que começa no domingo.
Nayef Ahmed, de 37 anos, disse à Reuters, que para pagar o Haj ele teve de vender um terreno no Iêmen, envolvido em uma guerra de três anos entre a Arábia Saudita e o Irã.
"Por causa da guerra, os preços são muito altos. Mas aqui eu me sinto em paz e confortado e peço à Deus pelo fim da guerra".
A Arábia Saudita melhorou sua reputação na guarda dos locais mais sagrados do Islamismo e em organizar um Haj pacífico, que já foi marcado no passado por tumultos com mortes, incêndios e revoltas.
O Ministério da Justiça colocou em prática ações de combate à ameaça desde ataques de militantes a protestos políticos, mas não foram detectadas ameaças específicas, disse um porta-voz.