Por Kanupriya Kapoor
JACARTA (Reuters) - Grupos muçulmanos radicais da Indonésia queimaram fotos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e bandeiras dos EUA e de Israel nesta segunda-feira durante um protesto realizado diante da embaixada norte-americana contra a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
A Indonésia, lar da maior população muçulmana do mundo, se juntou a um coro global em repúdio à polêmica decisão de Trump a respeito de Jerusalém, que críticos dizem ameaçar a segurança e a estabilidade do Oriente Médio e do mundo.
O status de Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, é uma das maiores barreiras para uma paz duradoura entre Israel e Palestina.
O setor oriental de Jerusalém foi capturado pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexado, uma medida nunca reconhecida pela comunidade internacional.
Os palestinos querem Jerusalém Oriental como a capital do Estado independente que almejam, enquanto Israel sustenta que Jerusalém como um todo é sua capital.
Centenas de pessoas compareceram ao protesto diante da embaixada dos EUA em Jacarta, que foi protegida com arame farpado e dezenas de policiais.
"Vamos testemunhar a destruição da hegemonia de Israel", gritou um manifestante em um megafone enquanto outros ateavam fogo a uma bandeira de Israel. "Apoiaremos a Palestina com nosso sangue".
Muitos manifestantes portavam bandeiras palestinas e cartazes apoiando uma intifada, ou levante palestino, e líderes da manifestação também gritaram slogans antissemitas.
O protesto foi liderado pela Frente dos Defensores Islâmicos, um grupo que pede que a sharia, a lei religiosa islâmica, seja imposta na Indonésia, um país secular.