LONDRES (Reuters) - Uma mulher britânica-iraniana, presa em Teerã no ano passado por participar de um protesto contra o banimento da presença de mulheres em eventos esportivos masculinos, foi perdoada, disse o gabinete britânico de Relações Exteriores nesta quinta-feira.
Ghonchech Ghavami foi presa em junho do ano passado do lado de fora do estádio Azadi, em Teerã, onde ela e outras estavam exigindo que mulheres recebessem permissão para assistir uma partida de vôlei entre Irã e Itália.
Uma corte judicial de Teerã sentenciou Ghonchech a um ano de prisão em novembro do ano passado por espalhar propaganda anti-Estado, de acordo com a mídia iraniana, mas ela foi liberada por fiança três semanas depois, esperando decisão da Corte de Apelo.
"Nós saudamos as notícias que Ghonchech Ghavami foi perdoada pela Corte de Apelo no Irã, embora estejamos preocupados que ela ainda possa sofrer um banimento de viagem", disse uma porta-voz do gabinete britânico de Relações Exteriores. "Nós estamos acompanhando o caso de perto e permanecemos em contato com a família", completou.
"Ghonchech não vai passar mais um dia, mais uma hora na prisão... A incerteza do outono e das nuvens escuras do inverno foram embora. O sol está brilhando mais uma vez em minha família", disse Iman Ghavami, irmão de Ghonchech, em sua página no Facebook.
A Grã-Bretanha não tem presença diplomática permanente no Irã, embora tenha dito que planeja reabrir sua embaixada em um futuro próximo e possui contato direto com Teerã sobre assuntos diplomáticos.
Em janeiro, o Irã anunciou que iria autorizar mulheres estrangeiras a assistirem jogos de vôlei masculino, quando receber o Campeonato Asiático de vôlei masculino de 2015, em agosto.
No entanto, as autoridades, que impedem as mulheres de assistirem homens praticando esportes como vôlei e futebol por conta das leis islâmicas, disseram que mulheres iranianas ainda estão proibidas de irem aos estádios.
(Reportagem de Michael Holden)