Por Jibran Ahmad
PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - O mulá Omar, fundador do Taliban afegão, morreu de causas naturais no Afeganistão, disse o filho dele em comunicado pedindo união e pondo fim aos boatos sobre a morte misteriosa do líder insurgente em meio a uma disputa pela liderança do grupo.
A rixa dentro do Taliban ameaça um processo de paz incipiente com o governo afegão e pode abrir caminho para que o Estado Islâmico amplie sua influência.
Em julho, o Taliban confirmou oficialmente que o mulá Omar estava morto há mais de dois anos, depois de a notícia ser vazada por uma agência de espionagem do Afeganistão. No dia seguinte, uma reunião convocada às pressas elegeu o vice de Omar, o mulá Mansour, como novo líder.
A família de Omar e muitos comandantes ficaram insatisfeitos com a indicação. Alguns questionam por que Mansour ocultou a notícia sobre a morte de Omar por tanto tempo – ele disse ter sido necessário fazê-lo para preservar a unidade durante a retirada das tropas da Otan do país em 2014, mas isso só fez os rumores crescerem em meio às divisões internas.
"Queria garantir a vocês que ele teve uma morte natural", declarou o filho mais velho de Omar, o mulá Mohammad Yaqoobo, em uma gravação de áudio divulgada na noite de domingo e autenticada por fontes do Taliban.
"Ele estava doente há algum tempo, mas sua situação se deteriorou", afirmou. "Consultamos os médicos, parece que ele sofria de hepatite C. Ele ficou no Afeganistão mesmo depois da invasão liderada pelos Estados Unidos. Ele morreu lá e foi posto para descansar lá".
A gravação, a primeira declaração pública desse tipo de Yaqoob, rejeitou a ideia de que seu pai tenha apontado um sucessor, uma cutucada aparente em Mansour.