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HAVANA (Reuters) - Um pequeno grupo de músicos cubanos, juntamente com o principal diplomata dos EUA em Cuba, prestou homenagem em Havana ao ícone da salsa, Celia Cruz, que morreu em 2003, mas teria comemorado seu 100º aniversário nesta terça-feira.
A cerimônia discreta, realizada em uma igreja católica no centro de Havana, ocorreu depois que o Centro Nacional de Música Popular de Cuba cancelou, na semana passada, outra homenagem organizada pelo conhecido grupo de teatro "El Publico" em uma sala de música local.
A entidade estatal não disse por que havia cancelado o evento em um breve comunicado nas mídias sociais.
A decisão, no entanto, provocou acusações de censura por parte de alguns fãs da chamada "Rainha da Salsa", que deixou Cuba logo após a ascensão de Fidel Castro ao poder e há muito tempo criticava o governo comunista da ilha.
O chefe da missão dos EUA em Havana, Mike Hammer, participou da cerimônia nesta terça-feira, apertando as mãos dos músicos e prestando homenagem à principal cantora que se naturalizou cidadã norte-americana em 1977.
"Ela... trouxe alegria e esperança, mas também queria liberdade para Cuba, e liberdade, algo que ela prezava, algo que todos nós queremos ver, então para mim é uma grande honra poder participar dessa linda cerimônia."
Hammer, um diplomata norte-americano de carreira que chegou a Cuba em 2024, viajou muito pela ilha para se reunir com dissidentes políticos, levantando a ira do governo cubano, que o acusa de tentar fomentar a agitação.
Ele nega essa acusação.
Cruz recebeu a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA em 2005 e ganhou três Grammys norte-americanos e quatro Grammys latinos, o que a torna uma das mais famosas musicistas latino-americanas do século 20.
Sua decisão de deixar Cuba após a revolução cubana e as declarações posteriores de oposição ao governo cubano deixaram clara sua posição política, mas a política raramente aparecia em sua música.
(Reportagem de Mario Fuentes e Anett Rios em Havana)