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Negociações de cessar-fogo em Gaza travam, e EUA colocam ônus no Hamas

Publicado 07.03.2024, 18:56
Atualizado 07.03.2024, 19:01
© Reuters. Combatentes palestinos do braço armado do Hamas participam de um desfile militar em frente a uma instalação militar israelense para marcar o aniversário da guerra de 2014 com Israel, perto da fronteira no centro da Faixa de Gaza
19/07/2023
REUTERS/Ibr

Por Nidal al-Mughrabi

CAIRO (Reuters) - O Hamas deixou nesta quinta-feira as negociações de um cessar-fogo no Cairo, onde não havia sinais de progresso dias antes do início do Ramadã, enquanto os Estados Unidos disseram que o ônus para chegar a um acordo sobre os reféns israelenses é do grupo militante palestino.    Israel e Hamas têm culpado um ao outro pela falta de acordo após quatro dias de negociações mediadas pelo Catar e pelo Egito para assegurar um cessar-fogo de 40 dias em meio a temores de que a violência possa se intensificar durante o mês de jejum dos muçulmanos.    Fontes egípcias da área de segurança afirmaram que as negociações, que ocorrem sem uma delegação israelense no Cairo, continuarão no domingo, prazo final estabelecido pelos mediadores para que ambos os lados respondam à proposta de trégua.    Autoridades dos Estados Unidos disseram que o Hamas tem o ônus de finalizar o acordo de reféns, e atribuiu o atraso à discordância do grupo palestino em soltar pessoas doentes e idosas que estão sob poder dos militantes.    Uma autoridade do Hamas disse à Reuters que os EUA estão atuando em parceria com Israel, e que tais comentários são enganosos. O grupo insistiu que o acordo de cessar-fogo deve incluir um processo para encerrar a guerra de uma vez.    O Hamas afirmou mais cedo, em comunicado, que a delegação do grupo deixou a capital egípcia para conversar com os líderes do movimento, "com negociações e esforços contínuos para encerrar a agressão, recolocar os desalojados em seu lugar e trazer auxílio ao nosso povo".    Sami Abu Zuhri, uma autoridade sênior do grupo, disse à Reuters que Israel tem "frustrado" os esforços por um acordo de cessar-fogo.    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta quinta-feira a intenção de continuar com a campanha militar na Faixa de Gaza. Ela foi lançada após ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que segundo o Estado judaico terminou com 1.200 israelenses mortos e 253 sequestrados.    Israel já afirmou que seu objetivo é destruir o Hamas, e que qualquer cessar-fogo será temporário. A nação também pediu uma lista de reféns vivos sob poder do grupo no enclave.    "É desnecessário dizer: Israel fará tudo o que for preciso para obter a libertação dos reféns. Infelizmente, o Hamas é o obstáculo agora, por não nos dizer quem está vivo e quem está sob sua custódia", afirmou o porta-voz do governo, David Mencer.    Autoridades do Hamas afirmam que o cessar-fogo deve ser acordado antes que os reféns sejam soltos, as forças israelenses devem deixar a Faixa de Gaza e todos os refugiados precisam voltar para as suas casas.    O grupo disse que não pode dar uma lista de reféns vivos sem um cessar-fogo, já que as pessoas estão espalhadas pela zona de guerra.    Autoridades de Saúde da Faixa de Gaza afirmam que o número de mortos confirmados pela ofensiva de Israel superou a marca dos 30.800. Foram registradas 83 mortes nas últimas 24 horas e testemunhas disseram que os bombardeios israelenses continuaram em Khan Younis, na cidade de Rafah, no sul, e em áreas no centro de Gaza.    (Reportagem de Nidal Al Mughrabi; reportagem adicional de Ahmed Mohamed Hassan, Jana Choukeir, Tala Ramadan, Steve Holland, Jonathan Landay em Washington)

© Reuters. Combatentes palestinos do braço armado do Hamas participam de um desfile militar em frente a uma instalação militar israelense para marcar o aniversário da guerra de 2014 com Israel, perto da fronteira no centro da Faixa de Gaza
19/07/2023
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

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