Por Andrew Gray
BRUXELAS, 26 Jun (Reuters) - O trabalho da Ucrânia com aliados para construir amplo apoio internacional para um projeto de paz progrediu, mas uma eventual cúpula para endossar um documento está a pelo menos alguns meses de distância, disseram autoridades.
Altos funcionários da Ucrânia, de países do G7, da União Europeia e de nações como Brasil, Índia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia se reuniram no sábado na Dinamarca para conversas sobre o conceito, mesmo enquanto uma rebelião estourou e foi abortada na Rússia.
A China foi convidada para as negociações, mas não compareceu, destacando o desafio enfrentado pela Ucrânia e seus aliados na construção de uma coalizão expressiva e verdadeiramente global.
A reunião de Copenhague teve como objetivo apresentar uma proposta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, de uma "cúpula de paz" para endossar princípios que sustentariam qualquer acordo para acabar com a guerra, que começou com a invasão russa há 16 meses.
Autoridades ucranianas e ocidentais disseram que a cúpula não envolveria a Rússia. Em vez disso, eles pretendem reunir uma ampla coalizão por trás do governo de Kiev -- incluindo os principais países que decidiram não dar ajuda militar à Ucrânia ou impor sanções à Rússia -- para aumentar a pressão diplomática sobre Moscou.
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, disse que a turbulência na Rússia pode persuadir mais países a embarcar nas negociações.
"É minha interpretação que Putin está enfraquecido, pelo menos até certo ponto. E espero que isso também possa ter um impacto sobre a disposição do resto do mundo para discutir uma situação pós-guerra na Ucrânia", disse Rasmussen a repórteres em uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo, nesta segunda-feira.
(Reportagem de Andrew Gray, em Bruxelas; reportagem adicional de Andreas Rinke, em Berlim; Tom Balmforth, em Kiev; e John Irish, em Paris)