Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - Israel não perderá a "oportunidade histórica" de ampliar sua soberania para partes da Cisjordânia, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira, classificando a medida como uma das principais tarefas de seu novo governo.
Palestinos consideram essa medida uma anexação ilegal de terra ocupada que eles querem para um futuro Estado. Na semana passada, eles declararam o fim da cooperação em segurança com Israel e os Estados Unidos em protesto contra o plano territorial.
Netanyahu prometeu implantar assentamentos judeus no Vale do Jordão na Cisjordânia sob soberania israelense. Ele estabeleceu o dia 1 de julho como data inicial para discussões no gabinete, o que soou alarme na União Europeia.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, classificou a questão como complexa e disse que ela requer coordenação com Washington. O novo parceiro político de Netanyahu, o centrista Benny Gantz, tem sido ambíguo sobre uma anexação de fato.
Em reunião nesta segunda-feira com parlamentares de seu partido, o direitista Likud, Netanyahu estabeleceu as medidas territoriais na Cisjordânia como "talvez a primeira em importância em diversos aspectos" entre as tarefas a serem realizadas pelo governo que ele e Gantz formaram em 17 de maio.
"Temos uma oportunidade histórica, que não existe desde 1948, de aplicar a soberania judicialmente como uma medida diplomática... na Judeia e Samaria", disse ele, se referindo ao ano de fundação do Estado de Israel e usando os nomes bíblicos da Cisjordânia.
"É uma grande oportunidade e não vamos deixá-la passar", disse ele, um dia após o início de seu julgamento por acusações de corrupção. Ele nega as acusações de suborno, fraude e quebra de confiança.